"Estive morto, praticamente, e tive de me reinventar"

O seleccionador argentino Diego Armando Maradona, considerado por muitos como o melhor futebolista da história, reconheceu que esteve “praticamente morto” e teve de se “reinventar”, numa entrevista à cadeia de televisão Tyc Sports. “Tive de me reinventar, voltar a lutar, levantar-me todas as manhãs. Estive morto... praticamente”, confessou Maradona, acrescentando: “depois fui apresentador de um programa de televisão, comecei a dar conferências e a explicar que se pode sair da droga”. Vencedor dos seus dois primeiros jogos à frente da selecção argentina (1-0 à Escócia e 2-0 em França, em jogos particulares), Maradona afirmou que acorda todos os dias com uma ilusão renovada e que, “depois de muitos anos”, se sente feliz. “Às vezes, levanto-me às quatro da manhã e ponho-me a formar equipas. ‘Vero’ (a sua mulher, Verónica Ojeda) nem acredita. Estou a viver um momento excepcional. Há muitos anos que não vivia tão feliz, tão motivado com um projecto”, garantiu. Diego Armando Maradona, que em 1986 conduziu a “solo” a Argentina ao título mundial, no México, afirmou que os jogadores que comanda o fazem “ir em frente”. “Nos jogos com Escócia e França voltei a dar-me conta do profissionalismo que têm os jogadores argentinos e isso dá-me uma grande tranquilidade”, explicou o eterno “10” da Argentina e do Nápoles, o clube em que mais intensamente brilhou como jogador. O “mago” disse ainda que as equipas que tem projectado para enfrentar as eliminatórias do Mundial de 2010, nomeadamente os próximos jogos, com Venezuela e Bolívia, são “todas de ataque”, até porque pretende que a equipa reconquiste o público argentino. Maradona, de 48 anos, falou ainda do seu primeiro neto, Benjamim, filho de Giannina Maradona e do avançado do Atlético de Madrid Sérgio “Kun” Aguero: “espero que seja esquerdino”, disse, deixando claro: “nasceu em Espanha... mas é argentino”.